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Archive for Setembro, 2010

A gata assanhada…

30 Setembro, 2010 2 comentários

 

O design original, de 1976.

 

Para mim, o relativamente recente sucesso da Hello Kitty é uma enorme incógnita. Ora, datando a patente da obra de Yuko Shimizu de 1976, como é que, só após sensivelmente 30 anos é que a boneca ganha realmente um boost de popularidade? A minha irmã, que é 8 anos mais velha que eu, ainda se lembra de, no tempo dela, haver uma certa popularidade desta gata. Mas admite, no entanto, que entre essa altura e esta em que nos encontramos, a gata nipónica caiu em esquecimento por parte dos consumidores. Coisa curiosa, a de haver crianças que idolatram uma boneca, muitas vezes, mais velha até que os próprios pais.

Mas vá, colocando a cronologia do sucesso de lado, o que me leva a escrever isto é a forma como a gata evoluiu. Não o design da mesma, pois esse, não mudou. Mas sim os adornos e acessórios que lhe imprimiram. Há uns dias chega um promotor da Optimus Kanguru à Worten, e deixa uma série de panfletos com a gata na sua versão azeiteira. A bichana aparece, em grande plano, com uns calções curtos de se ver as nádegas, um colar até ao pélvis, um cinto largo, rosa choque e um piscar de olho devasso.

Ora, a gatinha aqui, personifica, de forma perfeita, a labreguice que tanto odeio em algumas mulheres. Algo que lhes faz perder grande parte, senão todo o charme. E incutem isso nas crianças, já desde cedo. Entre o design de 1976 e o de agora, a imagem que transparece é radicalmente diferente. Eu até nem condeno o espírito rebelde que lhe querem associar. Agora, pode muito bem ser-se rebelde, sem se ser labrego. Deve-se, até. Mas, ao que tudo indica, as pessoas do Departamento de Marketing da Kanguru gostam é de gente labrega e azeiteira, como se diz à boa moda do Norte.

Enfim, é apenas mais um exemplo de reles marketing, onde uma gata mais se assemelha a uma cadela ordinária. Boas ideias precisam-se.

António Costa, enforca-te pá!

21 Setembro, 2010 Deixe um comentário

Eu já sabia que esta gentinha de fato e gravata que adjectivamos de “políticos” eram, na sua grande maioria, uma cama da de energúmenos, cujo facilitismo é a sua principal conduta. Mas, sinceramente, nunca pensei que fossem tão alienados. Tão feliz e orgulhosamente alheios à realidade.

É já ponto assente e provado que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) está impregnada de dívidas. E que os autarcas que por lá passam não fazem muito a fim de minimizarem prejuízos. Mas a ideia peregrina com que António Costa se saiu recentemente desafia-nos a questionar a sua racionalidade. Ora, então o senhor presidente da CML propôs ontem à Associação de Turismo de Lisboa (ATL) a implementação de taxas aos turistas que visitam a nossa capital?

Quem vem de fora, paga, só para ter acesso à cidade, €1. Depois, para dormir, pagará um valor entre €0,20 e €1,90, consoante o local onde ficar alojado (pensões, hotéis, albergues, etc…). Isto tudo são pagamentos extra, sem benefícios efectivos para o turista. São taxas, impostos autoritários em todo o seu esplendor. Uma coisa, é o turista pagar por um serviço a ele prestado. É justo! O turista usufrui do serviço, e quem o presta vê o seu trabalho recompensado. Agora, pagar, “só porque sim”? Não. É claramente, uma medida desesperada e descabida, que quer colocar sobre os turistas o peso das nossas infantis dívidas.

Não hostilizem que nos visita. Quem nos procura. É um privilégio ver pessoas de tão longe, no nosso país. Ora, quem, de quase 200 países disponíveis, escolhe o nosso, é alguém que merece o nosso apreço e respeito. Visitam-nos pela nossa História? Talvez. Pelo nosso clima? Muito provavelmente. Pela nossa beleza natural? Claramente. Mas nunca, nunca nos visitam pelos nossos políticos. E são exactamente esses que estão a olhar para os turistas como mealheiros ambulantes. Não os desrespeitem.

Ou serei eu o único a adorar ver o brilho nos olhos cada vez que um estrangeiro fala do nosso Portugal?

Vai faltando mão-de-obra na empresa…

20 Setembro, 2010 7 comentários

Segundo o Correio da Manhã avança, a Igreja Católica vai ter menos ordenações de sacerdotes em 2011. E aponta esse ano como o pior desde há 7, no que ao número de “novas contratações” diz respeito. Penso, sinceramente, que não é de admirar. As regras que a Igreja impõe são já mais que ultrapassadas. O celibato é brutalmente contra-natura e, passado um par de milénios, ainda não viram isso. Ou melhor, até viram, mas preferem andar a molestar criancinhas ou freiras nos meandros dos conventos mais recônditos.

Posto isto, a Igreja afirma que “Tem havido um trabalho muito profícuo a nível do pré-seminário, em colaboração com as paróquias e com as famílias, e os resultados começam a aparecer”. Não sei se apenas eu penso assim, mas não terá esta frase um teor demasiado “contratual”. Do género, quem a lê, pensa que o número de inscritos nos seminários dependem directamente da publicidade a eles feita. Engraçado. Eu que ia jurar que, segundo os mais puros ideais católicos, essa mesma afluência era ditada pelo “chamamento divino” que os jovens sentem.

É, portanto, curiosa a maneira como a Igreja encara a formação de novos sacerdotes. Como se de uma recruta militar se tratasse. Apostam na propaganda para fazer subir os números de alistados. O “chamamento de deus” está cada vez mais terreno…

Gira foi também a condenação que o Papa Bento XVI fez em Inglaterra, aos bombardeamentos nazis de Conventry, que fizeram este fim de semana 70 anos. Durante o seu quarto dia de visita oficial ao Reino Unido, o papa condenou fortemente a conduta fascista, e congratulou todos os que, contra ela, lutaram. Acto lógico e perfeitamente compreensível. Eu concordo até. Mas Ratzinger esqueceu-se de um fulcral pormenor. Ele próprio alinhou ao lado de nazis. Aos 14 anos estava inscrito na Juventude Hitleriana. E mais tarde integrou a Luftwaffenhelfer, a brigada juvenil anti-aérea do III Reich. Estará, realmente convicto do que defende? Ou não passa de uma atitude apenas em sintonia com o contexto histórico? Meras dualidades.

A “ganda maluca” da senhora ministra!

16 Setembro, 2010 3 comentários

Atentem no vídeo. Vejam-no com muita atenção. Quem estiver numa cadeira, que se recoste. Quem estiver sentado num banco, que não se recoste, mas que relaxe, a fim de desfrutar de toda magnificência humorística destes 4 minutos de intervenção política.

Ora, estamos perante uma mensagem da senhora Ministra da Educação para o país todo, acerca do novo ano lectivo que acaba de se iniciar. Tenho para mim que este tipo de comunicados devem ser formais. Algo de sério. A fim de mostrar credibilidade, característica fulcral para quem se encontra num cargo governativo. Pois bem, Isabel Alçada, manda todo esse estigma para as urtigas, e faz um comunicado em tom de contos de histórias fantásticas e mirabolantes. Não sei se a senhora já se apercebeu que, com este cargo governativo, tem que saber separar melhor a sua Vida política, da sua vida de “Uma Aventura“.

Além de evocar uma realidade completamente paralela à nossa, onde os professores são todos bons, os alunos estudam muito e os bons resultados são a ordem do dia, esquece-se da porcaria que invade todo o sistema de ensino. Desde professores com excesso de trabalho, escolas com graves insuficiências de pessoal não docente, o sistema de ensino demasiado permissivo e um estatuto do aluno ridículo, a nossa realidade não é, de todo, como advoga a senhora ministra. Quando diz que gosta muito de visitar escolas, e que fala muito com os meninos, se calhar seria mais proveitoso se ouvisse o que os que trabalham para o seu ministério têm a dizer. Docentes e não docentes. Aposto que, caso isso fizesse, à séria, o sorriso miserável que no vídeo apresenta passaria para uma mostra de dentes forçada e embaraçosa.

O tom que imprime no seu discurso, assusta-me. Apenas me faz lembrar uma assassina psicopata, que fala em tom amigável, enquanto, calmamente, aponta a faca à nossa jugular. Não percebo o que é que a senhora ministra espera atingir com tão pobre performance política, mas uma coisa lhe garanto, gargalhadas e estupefacção já este vídeo me deu que chegue.

É a Crise meus amigos…

9 Setembro, 2010 Deixe um comentário

Ora, é do conhecimento global que a Crise chegou (há largos anos, pois, com 22 anos, sempre me lembro de ela estar presente) para ficar. E desde 2008 que ela tem feito a festa completamente à sua maneira, resultando naqueles casos BPN, Madoff, e afins. Em suma, tudo começou em paranóia, pois pensavam que todos os bancos iriam falir e que o nosso rico dinheirinho ia todo com os porcos. Acontece que, apesar de alguns bancos terem dado falência, a União Europeia (leia-se Alemanha, principalmente) lá nos foi ajudando no meio disto tudo. A nós e a todos os outros países. Uns mais, outros menos.

Mas o povo lusitano viu (e sentiu) muita coisa a mudar. É cortes em tudo o que os Estado se lembra, é o PEC, é o Orçamento de Estado feito a contar tostões, etc… E com tudo isto o desemprego disparou, pois os apoios às empresas ficaram somente no papel enrugado de um potencial projecto, depositado num qualquer cesto do lixo do Primeiro Ministro. Os ordenados, congelaram, enfim, todo um cenário economicamente apocalíptico. Ou quase.

A parte grave é a malta que leva isto muito a sério. E este caso é a prova indelével disso mesmo.

Acontece que, por causa de uma nota de €5, um homem esfaqueia outro, que posteriormente é presenteado com dois tiros à queima roupa disparados pela mãe do gajo que anteriormente esfaqueara. O indivíduo baleado acabou por falecer na ambulância do INEM, e a autora dos disparos está em prisão domiciliária aguardando julgamento. Mas, no meio de toda esta tragédia, há uma coisa que me incomoda: Onde param, afinal, os tão badalados €5? Se o possuidor deles foi esfaqueado por outrem, que os desejava, à partida, este consumou o roubo da nota. Mas, posteriormente, esse mesmo fulano é baleado até à morte. Será que a senhora com a pistola recuperou os €5 que eram do filho? Se calhar a trabalheira a que se deu foi infrutífera e quem acabou por beber umas bejecas à pála da nota foi o bombeiro, ou o médico legista que revistou o cadáver do homem com chumbo a mais no corpo.

Portanto, isto não passa de um retrato complicado e grave de um país que já não sabe quem é, onde está, nem tão pouco para onde vai. Só sabe que, pelos vistos, €5 são já razão suficiente para se esfaquear outro ser humano. E, quando assim é, meus amigos, já não lidamos com pessoas, mas sim com animais irracionais, que reagem por impulso, independentemente da intensidade do mesmo. No mínimo, lamentável.

Sarkozy é que sabe…

1 Setembro, 2010 1 comentário

Certamente já ouviram a decisão do Governo francês, liderado por Sarkozy, no que à deportação de pessoas de etnia cigana diz respeito. Pessoalmente, acho correcto. Não quero saber das vozes que se levantaram a evocar racismo e afins. Ora, quem está num país, de forma ilegal, só tem é que voltar para onde veio. Se causarem distúrbios então, mais célere deverá ser todo esse processo. Uma coisa é certa, em vossa casa, só entra quem vocês querem. E se alguém faz merda dentro dela, vocês são os primeiros a pedir-lhe para sair. O mesmo se passa em França. Não julguem o homem, que apenas cuida da “casa” dele, como nós cuidamos da nossa.

Mas isto tudo para chegar à parte engraçada onde um padre francês, de seu nome Arthur Hervet, admite rezar todos os dias para que o presidente Sarkozy sofra um ataque cardíaco. Ora, para além de ser completamente contraditório um padre desejar a morte de um outro irmão, empenhando-se, até, num ritmo diário, para que isso aconteça, há duas coisas que eu não percebo muito bem.

Uma, é o método que o velhote escolhe. Se está a pedir ao todo o poderoso, que deseje um raio fulminante para carbonizar Sarkozy. Um meteorito, ou uma praga de larvas nas suas francesas vísceras. Mas não, pede um ataque cardíaco, algo que até é possível uma pessoa sobreviver. Caro Arthur, estás antiquado e senil…

Outra, é a quem o padre dirige o pedido. A deus. Ora, o gajo só pode estar desesperado. Além de pedir essa tarefa a alguém que não mexe uma palha, nem tão pouco se sabe que existe, é também a entidade empregadora do velho Arthur. E como a empresa (sim, a igreja é um negócio) tem no seu regulamento interno que é feio desejar ou atentar contra a integridade física ou psicológica do próximo, o padre está mesmo a ajeitar-se para um despedimento com justa causa. Será mais um desempregado para as estatísticas francesas, e não vai ter direito a subsídio nem regalias de antiguidade na empresa, pois o despedimento nestas circunstâncias impede tudo isso. Claramente um passo mal pensado por parte do sacerdote.

Assim sendo, deixem o presidente cuidar do país como deve de ser. Quem está ilegal, só tem é que sair. Quem trabalha, só tem é que ser recompensado. É por estas e por outras, que, devido a este enjoativo “politicamente correcto” em que vivemos, que a nossa sociedade está como nós vemos. Não se admite haver quem não trabalhe e receba fundos por parte do Estado. Dinheiro esse que o Estado cobra a quem trabalha.

O Sócrates, em vez de andar aí todo excitado com a candidatura da Península ibérica à organização do Mundial de futebol, que vá a França, ver como é que a malta cuida das cenas por lá. Umas formações não lhe fariam mal algum.