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Archive for Agosto, 2010

Super-Heróis, esses vilões!

20 Agosto, 2010 2 comentários

“Já não há heróis como os de antigamente. Uma das conclusões da convenção anual  da Associação Americana de Psicologia é que os heróis actuais, como Hulk, Action Man ou Iron Man são um mau modelo para os adolescentes. Enquanto o Homem-Aranha era tímido e se preocupava com a avó e o Super-Homem  ajudava sempre os aflitos, os heróis de agora “participam numa espiral de violência sem fim, lutando com um vilão após outro, são agressivos, quase nunca dizem que agem em defesa da humanidade e tratam mal as mulheres”, diz Sharon Lamb, professora de Saúde Mental da Universidade de Massachusetts. O Batman havia de metê-los na ordem.”

– Revista Sábado nº329

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Esta notícia é, claramente, fruto das mais fervorosas convicções saudosistas. Vêm, portanto, criticar os heróis de hoje em dia, afirmando, ao mesmo tempo, que os antigos é que eram bons. Mas há, contudo, algumas nuances que merecem um reparo. Primeiro, os senhores da Associação Americana de Psicologia (AAP) classificam o Hulk, o Action Man e o Iron Man como “heróis de agora”. O que lhes passou ao lado é que o Hulk foi criado em 1962, o Iron Man em 1963, enquanto o Action Man viu a luz do dia em 1966. Ora, se a matemática não me falha, a personagem mais nova das anteriormente nomeadas conta já 44 anos. E tendo em conta que o conceito de super-herói não é muito mais velho que isso, poderia afirmar-se, correctamente, que qualquer um destes 3 heróis pertence à época em que se deu a génese deste tipo de personagens. Então como é que esta gentinha da AAP vem para a rua fazer declarações destas?

E como se isto não bastasse, a senhora professora de Saúde Mental da Universidade de Massachusetts comprova que o seu estado psicológico não é são ao levar demasiado a sério o papel de uma mera personagem de BD. Usa até o argumento “(…) tratam mal as mulheres.”. Ora, que eu saiba, em nenhuma aventura destes ilustres heróis sucedeu algum episódio de violência doméstica, ou agressão para com mulheres indefesas. Nem tão pouco violações. Não percebo, portanto, o ponto de vista desta senhora. Talvez tenha esta opinião por nunca ter ouvido falar de Silvio Berlusconi, um senhor bem educado que, por acaso, dirige um nobre país europeu..

P.S.- O Homem-Aranha não se preocupa com a avó. Nada disso. A mulher é tia dele. O moço, à excepção do tio, nunca conheceu outros membros da família, sequer.

Alienações iranianas…

13 Agosto, 2010 1 comentário

O Irão sempre foi um país, digamos, diferente. Diz-se democrático, mas oprime como se o amanhã nunca fosse chegar. Organiza eleições, mas fabrica os seus resultados. É, portanto e a meu ver, um país de brincalhões, que adoram fazer galhofa entre eles quando há uma corrida às urnas. E se for com umas balas pelo meio condimentadas com com umas palavras fervorosas do Hezzbolah, aí há festa rija assegurada.

Desta feita, os brincalhões daquele país decidiram achar que o Holocausto é uma mentira. Uma farsa inventada pelos judeus para estes atingirem os seus maléficos propósitos! Até o chefe dos brincalhões, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad afirma que o Holocausto foi “um conto de fadas”. Nada como umas palavras sábias de um líder, de vez em quando, para fomentar futuras brincadeiras.

No seguimento desta ideia, viu-se criada uma organização não governamental (dizem eles, os brincalhões) que refuta (ou tenta) a existência daquele tremendo crime. Para além da brilhante argumentação que possuem quando declaram que o Holocausto “é uma mentira tão óbvia, criada pelos judeus, que não precisa de explicações”, fizeram também um site para, digamos, ilustrar e vincar o seu ponto de vista acerca desta temática. O site consiste em 54 páginas de alienação e estupidez, ridicularizando os judeus, as suas ideias e tudo aquilo de que foram vítimas injustamente às mãos do III Reich.

Dadas as convicções, Hitler, para estes brincalhões, não passa de um gajo fixe e com um bigode bem aparado, que fazia parques agradáveis para o judeus passarem os seus tempos livres. Às vezes lá morria uma carrada deles. Mas são coisas do ofício. Não fazia muita diferença, pois estavam constantemente a chegar comboios turísticos cheios de novos judeus para conviverem com todos os outros que se encontravam nos campos de concentração parques.

Adorava vê-los, os brincalhões, a dizer tudo isto em frente às pessoas que sentiram nos corpos a frieza dos bastões nazis, ou nos estômagos o vácuo da fome nos campos de concentração. Será que sairiam de lá com a mesma quantidade de cabelos? Ou membros? Duvido…

Odeio religião, de qualquer tipo. Mas nutro um especial ódio por estes fundamentalismos irracionais, por estas atitudes e ideias mecanizadas que levam a estas situações. Todo um acto justificado pelo ódio irracional que nem eles conseguem explicar, porque não sabem. Triste atitude a destes brincalhões. Triste nação aquela que apenas dá Liberdade a quem lhe convém, sujando (ainda mais) o nome da Democracia.

Luto

11 Agosto, 2010 1 comentário

Nunca fui muito dado a ajudar quem não conheço. Sempre fui um pouco egoísta durante toda a minha Vida. Talvez porque me apercebi muito cedo que nunca conseguiria ajudar toda a gente que precisa. Portanto, decidi apenas ajudar aqueles que me são próximos. Ou os que eu acho que merecem.

E penso que é a esta minha maneira de ser/agir que se deve a minha profunda admiração pelos bombeiros. Pessoas que ajudam, sempre, independentemente da hora, local, ou tarefas que possam estar a executar. Admiro-os. São, sem dúvida, melhor seres humanos que eu. E ontem os Bombeiros Voluntários de Alcobaça ficaram significativamente mais pobres…

João Pombo Domingos, de 42 anos, pai de dois filhos, faleceu ontem, enquanto se deslocava entre duas frentes de incêndio, em São Pedro do Sul. O camião onde seguia, devido ao enorme peso que carregava em água, resvalou e capotou, colhendo a vida do subchefe dos bombeiros de Alcobaça.

Quantos homens deste valor vamos nós perder até aprendermos a ser cidadãos conscientes? Quantos hectares de floresta e casas serão necessárias para fazer ver ao Ministro da Administração Interna que os nossos bombeiros necessitam de mais meios para fazer frente às chamas? Chega, bolas. Basta de fazer estatísticas sobre as cinzas do que ardeu. Há sim, que evitar essas mesmas cinzas de aparecerem.

A Polícia Judiciária já deteve dez incendiários este ano. Mas devido à eficaz e célere bela merda que a nossa Justiça é, estes encontram-se em prisão preventiva, para daqui a uns dias serem soltos. Ou por falta de provas, ou por estarem demasiado tempo a ocupar celas. Será muito complicado agendar-se, sem mais delongas, um julgamento para esta escumalha piromaníaca? Penso que não. As soluções que me parecem justas, são apelidadas de desumanas pelos fundamentalistas dos direitos humanos. Mas garanto-vos que, se não levasse à cessação destes casos, iria, com certeza, protagonizar uma descida bem acentuada destes casos. O sistema apodrece, ao mesmo tempo que cria e formata (mal) estes animais. E quem sofre é sempre quem tem a menor das culpas. Os bombeiros.

Escrevo isto não apenas para mostrar a minha revolta e desdém por quem causa estas situações, mas também para prestar homenagem a alguém que sempre ajudou toda a gente, sem nunca pedir nada em troca. Alguém de valor, efectivo e inegável. E há que parar um pouco, olhar para estas situações, e pensarmos duas vezes antes de mandarmos um cigarro pela janela do carro, antes de atear-mos uma fogueira para um churrasco no meio de mata, ou antes mesmo de negarmos uma moeda ao bombeiro que vem, humildemente pedir à janela do nosso carro num qualquer cruzamento. Com toda a certeza que a moeda fará mais diferença na caixinha de peditório deles, que na nossa carteira. Pois, já que o Estado não os apoia, que apoiemos nós, os sortudos que os temos sempre lá quando necessitamos.

P.S.- “É tão triste vê-lo partir desta forma, Deus devia proteger estes homens, que arriscam a vida para salvar os bens de desconhecidos” disse a Dona Maria Rita, vizinha do quartel dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça. Mas Dona Maria, se estivesse à espera dele, o tão adorado deus, para apagar os incêndios, já Portugal tinha ardido há muito tempo. Dessa forma, se eles, os de vermelho, não são deuses, serão, com toda a certeza, santos. Santos a que tanta gente não dá valor…

Entretanto, em Sintra…

7 Agosto, 2010 2 comentários

Chamem-me o que quiserem, mas tenho para mim que, qualquer preso é, socialmente, inferior a qualquer um de nós. Todo o indivíduo que comete crimes, é caçado, julgado e obtém sentença, faz parte de um grupo (cada vez menos) restrito de gentalha que não sabe compreender os mecanismos pelos quais a sociedade se rege. Não merecendo, portanto, o meu respeito.

Pois bem, e agora vejo isto. Segundo a notícia, os reclusos do Estabelecimento Prisional de Sintra encontraram na greve de fome o veículo para fazer ouvir as suas exigências, nomeadamente a distribuição de melhor comida e, pasmem-se, a posse de Playstations 2 nas celas. Actualmente os reclusos já têm direito a rádio, TV e uma Playstation 1. Mas os meninos assassinos, violadores e raptores acham que com os títulos da primeira consola da Sony são parcos em violência. Ora bolas, um gajo quer ter uma consola que possua no seu catálogo de jogos um GTA com possibilidade de gamar carros, matar gente e frequentar bares de prostitutas! Numa de matar saudades. É compreensível. Então os meninos acham que os seus estômagos interessam aos guardas prisionais, ou sequer ao resto do país. Ou então querem, simplesmente, ter os seus 15 minutos de fama.

Mas, de uma maneira ou de outra, sou apologista da berdoada pedagógica. Se a resolução do problema estivesse sob minha jurisdição, já tinha racionado a quantidade de comida que lhes era dada, para aprenderem a dar valor ao que têm. Após umas semanas a comer mal como os cães, meti-os todos a fazer trabalho comunitário. Pesado, de preferência. Para sentirem na pele o que é realmente estar preso. Pois aquilo, para muitos, passa por hotel gratuito.

Acho inconcebível estas criaturas serem acomodadas com muitas mordomias, em muitos casos, têm mais conforto que muitas famílias portuguesas. Não trabalham, não fazem nada. E, quando são postos em liberdade, ainda lhes é dado o Subsídio de Reinserção Social. E tudo isto financiado com o dinheiro que cada trabalhador desconta do seu ordenado ganho honestamente. É injusto. É errado bolas.

Estas são apenas palavras de uma pessoa que sente a revolta de ver o seu dinheiro investido em seres humanos execráveis, sem sentido de responsabilidade nem tão pouco capacidade de viver em sociedade. Seres esses que, no fundo, são encorajados a manterem a sua conduta de Vida, pois se têm tudo, não se devem esforçar muito mais.

Enquanto o politicamente correcto participar em orgias com a estupidez, a hipocrisia e a injustiça, cada vez mais vale a pena roubar, matar e violar, pois afinal, o castigo assemelha-se demasiado com uma colónia de férias. Não a uma forma de fazer ver que as pessoas erram, e mostrar soluções… Tal como devia ser.

θɪŋk fɔr jərsɛlf, kwɛstʃən ðə əθɔrəti.

3 Agosto, 2010 2 comentários

“Através da história da humanidade, a nossa espécie sempre enfrentou o facto aterrorizante de nós nem sequer sabermos quem realmente somos, ou para onde vamos neste oceano de caos.Foram as autoridades; políticas, religiosas, educativas, que tentaram confortar-nos dando-nos ordem, regras, regulamentos, informando… Formando nas nossas mentes a sua visão de realidade.

Para pensares por ti mesmo tens que questionar a autoridade, e aprender a colocar-te num estado de vulnerabilidade, de mente aberta, caótica, confusa. Vulnerabilidade para te formares convenientemente.”

Pensa por ti próprio, questiona a autoridade.

in “Third Eye”, Tool.